PARA O ESCRITOR, ESCREVER É UMA NECESSIDADE

 

Para o escritor o ato de escrever é uma necessidade. Ele precisa escrever. Pouco importa se ele publicará o que escreve ou se ele não irá ganhar dinheiro com sua escrita. Sua grande necessidade e paixão é extravasar o que está dentro dele. Sua inquietação, sua angústia de viver, seus medos e ansiedade. Tudo isso ele coloca no seu texto. Por isso dizia Nietzsch, “De tudo quanto se escreve, eu só amo o que se escreve com sangue. Escreve com sangue e aprenderás que o sangue é espírito.”

Haroldo Mendes

CONSELHOS PARA OS NOVOS ESCRITORES

 

“Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não”. 
(José Saramago)

    Há momentos que não quero escrever. As palavras e as ideias fogem de minha mente. Falta-me a inspiração necessária, o assunto, a vontade. É algo incompreensível, mas que deve haver alguma razão para explicar a tão temida e pensada página branca que ronda os escritores de todos os tempos.

    Escrevo pouco, bem menos do que gostaria ou deveria. Mas na história da literatura vemos autores de um único livro e não poucos ficavam anos sem produzir nada.

    A literatura é um dom profético. As histórias acontecem de repente na cabeça do escritor e ele então vai desenrolando a trama e na verdade nem ele mesmo sabe onde irá parar sua história.

    Eu nunca escrevi um romance. Mas pretendo me aventurar nas crônicas que é o que mais gosto. Não me sinto ainda preparado para produzir um romance, embora ficaria muito feliz se isso acontecesse.

    A opção pela vida de escritor deve ser uma contingência, um imperativo dentro de alguém que queira trilhar esse caminho. É preciso que as palavras saltem de dentro de você para que algo de bom aconteça no universo da literatura. Sem isso, nunca produziremos nada digno do nome. Há muitos livros e muitos escritores medíocres. Mas a boa produção literária não acontece de qualquer maneira, ela surge quando menos se espera e acredito até que já venha pronta, só precisa do toque de mestre do autor.

    Gosto de autores precisos e ao mesmo tempo simples. Um livro é uma conversa entre autor e leitor. Há textos rebuscados que nos deixam perdidos desde as primeiras linhas e a gente insiste para ver se descobre algo interessante, mas na maioria das vezes chegamos até a última página sem entender nada. Não gosto desse tipo de literatura! Amo os autores diretos, de frases curtas e bem colocadas. Textos que te dizem logo no início o caminho que você irá trilhar.

    Estamos carentes da boa literatura. Essa que nos encanta e nos prende ao livro desde a primeira página até a última quase sem fôlego.

    Mas querido leitor, se você tem esta inquietação dentro de si, comece agora. Não perca tempo, rabisque algumas linhas e deixe que as palavras se organizem no papel. É assim que se faz literatura. Siga em frente e busque seu sonho de escritor, talvez você seja o que todos nós estamos esperando.

 Haroldo Mendes

EVANGELHO NÃO É FUNDAMENTALISMO

 

   

Há muita gente por aí, e me refiro a pregadores e líderes cristãos, que estão confundindo ser ortodoxo e conservador no que diz respeito à fé cristã, com o fundamentalismo. Isso mesmo. Muitos acham que ser conservador e pregador da fé histórica e ortodoxa da igreja é impor um fundamentalismo legalista e muitas vezes irracional, para não dizer cruel e sem misericórdia.

Não poucas vezes tenho me deparado com vídeos e textos de cristãos abrindo fogo contra tudo e contra todos que não rezam a suas cartilhas. Há quem diga até que, quem não é cristão evangélico, já está condenado ao inferno e isso pelo simples fato de não professar a mesma fé.

Eu quero nesse breve texto levar você meu nobre leitor e leitora a uma reflexão sobre a essência do Evangelho de Jesus. Evangelho esse tão "defendido" pelos muitos auto proclamados arautos da verdade.

Em primeiro lugar a palavra "evangelho", que é uma palavra de origem grega e quer dizer literalmente, notícia alvissareira, notícia alegre, boa notícia ou boa nova. Só isso já seria o suficiente para nos mostrar que o Evangelho não tem nada de legalismo ou moralismo. É uma boa notícia. Algo alegre que chega para todas as pessoas. Eu repito: Para todas as pessoas. Sem exceção.

Muitos continuam achando que ao descobrirem o Evangelho, precisam se afastar do mundo e das pessoas. Eles ao se converterem ao Evangelho, começam a se achar mais puros e mais santos do que as outras pessoas e se afastam com medo de se "sujarem" ou de se “contaminarem”. Entretanto o mais interessante é que o fundador do Evangelho agiu justamente de maneira oposta. Jesus esteve em todo o seu ministério terreno profundamente envolvido com as pessoas e justamente com as mais pecadoras e imperfeitas possíveis. Vejam: 

“Alguns mestres da Lei, que eram do partido dos fariseus, vendo Jesus comer com aquela gente e com os cobradores de impostos, perguntaram aos discípulos:

— Por que ele come e bebe com essa gente?

Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei:

— Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons”. (Marcos 2:16,17 - NTLH).

A igreja existe para acolher os pecadores e não os santos. Estamos todos no mesmo barco em busca da salvação, em busca de nós mesmos e em busca da felicidade.

A igreja como coluna e baluarte da verdade, deve apresentar o Evangelho aos pecadores, abrir seus braços e acolhê-los com amor e compaixão. Foi assim que Jesus agiu e esse é o sentido pleno da Igreja de Jesus na terra. "O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa". (João 10:10 - NTLH).

Ser evangélico é seguir o Evangelho. Portanto, abra seu coração e acolha os pecadores como Jesus fez. "Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos pecados". (1ª Pedro 4:8 - NTLH)

Haroldo Mendes